“Quando criança sempre tive a intuição da dança, mas não sabia que havia um talento dentro de mim.

Sempre coreografava meus primos e amava aquilo.

Tinha uma prima que fazia Ballet e sempre acompanhava e lembro que ficava assistindo da janela e achava aquilo mágico.

Participei de uma ONG onde tinha aulas de danças .

Comecei a fazer parte dessa Ong e ficava no canto dançando, mas sempre via olhares tortos até de uma professora que na época só coreografava as meninas para dançar na igreja.

Chegou um belo dia que comecei a fazer aulas.

Me encontrei, mesmo assim havia um preconceito muito grande das pessoas, e em mim, isso era no ano de 2001.

Lutava para não fazer Ballet mesmo sabendo que eu gostava, mas isso não vinha só das pessoas e sim algo que falava que eu não poderia fazer isso.

Mesmo com todo esse preconceito eu lutei e continuei.

Ganhei uma bolsa de estudo em uma escola aqui de Sorocaba, eu tinha que fazer Ballet e jazz ( sempre arrumava uma desculpa para não ir nas aulas de Ballet) e quando eu ia para escola eu ia com todo aquele medo, pois a escola ficava no meu bairro.

E na escola onde eu estudava quando souberam que eu dançava, eu era chamado de bailarina, menininha, a bicha que dança, o viadinho.

Chegou um belo dia, comecei a dar aula nessa Ong onde eu comecei a dançar.

Daí começou a vim o preconceito da família, já não bastava o que eu sinta da pessoas lá fora eu tinha que ouvir da minha família que isso não era um trabalho, que ficar dançando não iria me levar a lugar nenhum, que eu teria que arrumar um trabalho de verdade, um trabalho mais firme ( do sentindo isso não é trabalho para um menino)

Mesmo assim eu quebrei todas essas barreiras e mostrei que sim, esse é meu trabalho meu talento e que eles teriam que engolir. Fui, busquei, viajei e fiz vários cursos e hoje estou ai, mais de 15 anos dançando.”